terça-feira, 20 de janeiro de 2009

novo paradigma, velhas esperanças

De quando foi diagnosticado a diabetes de Vinícius até hoje (e isso já tem 3 anos), vivemos em busca de um tratamento que permita controle e qualidade de vida para uma criança da idade dele.
Passamos, pelas injeções de insulina, combinando lentas e rápidas, com idas e vindas entre a nph e a lantus associadas à novorapid.
De fato não deu o efeito que desejávamos, com péssimo controle e pior qualidade de vida: várias injeções por dia, alimentação controladíssima (o que é difícil para uma criança, especialmente se tem irmão mais velho).
Bem, em agosto de 2006 optamos pelo sistema de infusão contínua de insulina o que o tornou o paciente mais novinho a fazer uso no brasil.
Com a "bombinha" ele passou a ter mais liberdade e podia comer de tudo, desde que corrigíssemos o carboidrato ingerido. Ah, esqueci de falar que esse tipo de tratamento tem que ser baseado em contagem de carboidratos (quem quiser ler a respeito de minha experiência com essa matemática: carboidratos x juízo), o que, sendo bem feito, é perfeito...
Mas então, o medo de uma hipo sempre fala mais alto que a glicemia alta e íamos sempre descontando o que devería ser dado de insulina. É verdade que as idas para o hospital quase se acabaram, desde que colocou a bomba ele não precisou mais ir pro soro, e, bem ou mal, não entrou em cetoacidose. Mas mesmo assim não foi suficiente. A última consulta que tivemos com a dra. jacqueline foi decisiva, levamos uma bronca daquelas, o que nos fez tomar a decisão de não esperar mais pela secretaria de saúde para adquirir a nova bombinha que faria o controle contínuo da glicemia. Não tinha como esperar, pois o fígado do bichinho estava aumentado e, de acordo com ela, em pouco tempo ele teria falência de rins e perda de visão. Foi terrível ouvir isso, especialmente quando se faz o que se pode para fazer tudo certinho.
Liguei no outro dia pela manhã para a secretaria de saúde, numa última tentativa. Quase tive um troço quando soube que estava autorizada a compra e que em uma semana teríamos o aparelho doado.
Hoje colocamos a nova bomba:paradigma 722 com o minilink (que faz monitoração contínua da glicemia). Confesso que estava com muito medo, pois era mais coisa grudada no corpinho dele. Mas só que ele, mais uma vez, surpreendeu a todos e ficou super a vontade com o minilink e está animadíssimo com a perspectiva de não precisar mais fazer a ponta de dedo tantas vezes por dia.
É um novo paradigma no tratamento do diabetes, felizmente, não será o último, pois a ciência trabalha todos os dias e desenvolve novas soluções. Mas o que espero mesmo, do fundo de meu coração, é algo que já quero desde o primeiro dia que ele foi diagnósticado: que ele tenha um bom controle e, se deus permitir, que ele fique curado.