domingo, 14 de novembro de 2010

dia mundial do diabetes


hoje é o dia mundial do diabetes. como sabem, convivo com a doença desde que estava grávida de sophia (minha primeira gravidez), quando tive diabetes gestacional. depois, ao engravidar de meu segundo filho, vinícius, novamente convivi com a doença. Dessa vez recebendo os cuidados e acompanhamento que não me foram prescritos anteriormente. fiz dieta, uso de insulina, controle diário várias vezes ao dia. tudo para que meu filho estivesse seguro.

Aos 10 meses de vida, vinícius entrou em cetoacidose diabética, glicemia em quase 900. entrou em coma e ficou na uti por dois dias e mais dois de internamento. como tinha tido meu cursinho básico de medição de glicemias e injeções de insulina duarante os meses de gravidez, tivemos alta mais cedo que o normal, pois todo o processo educativo para o controle já tínhamos tido anteiormente.
pois bem, essa história já foi contada antes, aqui mesmo neste espaço.

passei mais de um ano sem publicar aqui, mas não podia deixar de vir aqui hoje: dia mundial do diabetes.

volto para publicar a carta de minha amiga jeane, que é uma das mães do blog. não temos tido tempo para conversarmos, mas, justamente hoje, li o e-mail que ela me enviou e sinto-me na obrigação de trazer para cá.

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Oi, amigos!

Sou Jeane Melo, mãe do Enzo, diabético desde 2005. Não sei se você sabe sobre a gravidade da doença e do quanto é difícil o controle. Há cinco anos eu e meu marido vivemos em função desse problema que chegou à nossa casa de repente.

A luta é grande, mas muito pior que lidar com as dificuldades do controle – pois as taxas oscilam muito entre altas e baixas – é lidar com quem deveria, por obrigação, ter todo o interesse do mundo em cuidar bem dos diabéticos e de outros doentes crônicos.

Já são cinco anos de luta para tentar conscientizar os gestores da FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE que o tratamento evoluiu e que é preciso realizar a entrega do kit de controle MENSALMENTE. Essa entrega tem acontecido, em média, 4 vezes ao ano. Nos demais meses, desembolsamos R$1.200,00 – mensalmente - para garantir um tratamento eficiente e menos doloroso ao nosso filho. Isso fora plano de saúde e outros adicionais, já que realmente não podemos contar com a saúde pública oferecida em nosso Estado. [Com ou sem CPMF.]

O mundo acordou para essa epidemia, como já é considerada a doença. No Brasil, 12% da população é diabética. Aliás, o diabetes é um dos cinco maiores motivos de óbito no nosso país. Isso porque a população – especialmente a mais carente – não consegue ter acesso a um serviço de saúde de qualidade e medicação e material de controle - que não é só a insulina. Tenho em mente o caso do filho de uma senhora muito pobre que conheci e que faleceu aos 28 anos, cego e fazendo hemodiálise - doenças associadas a um controle ruim. Sem recursos, o rapaz sofreu bastante. Uma verdadeira tragédia que se repete com grande freqüência.

O mundo, inclusive, repercute nesta semana esse tema com campanhas educativas, já que dia 14 de novembro é o DIA MUNDIAL DO DIABETES. Aqui, no Piauí, os diabéticos desconhecem a data. Mas, se você for ao Google e fizer uma pesquisa básica vai ver que os outros estados brasileiros estão em franca campanha. Lamentavelmente os nossos gestores se calam.

Segue em anexo um texto escrito pela Assessora de Imprensa da Fundação Municipal de Saúde, endereçada ao blog “100 Eira Nem Beira”, que expôs o nosso caso. Também demos a nossa resposta e fazemos questão que você veja e que repasse, caso ache pertinente.

Para concluir, aviso que faço um trabalho de formiguinha. Meu carro hoje está adesivado com um pequeno explicativo sobre a lei que garante a medicação do diabético e também mandei fazer algumas camisas e panfletos educativos sobre a doença. Essa é a minha contribuição ao Dia Mundial do Diabetes.

Penso que não posso mudar o mundo, mas que posso exercer meu papel de cidadã da melhor forma possível.

Não quero briga, mas exijo soluções imediatas para o meu filho e para o filho das outras pessoas. E mais, quero o MELHOR TRATAMENTO para TODOS ELES.

Só repetindo, segue em anexo a nossa resposta que também foi publicada no blog http://100eiranembeira.blogspot.com/ .



Um abraço!

Jeane Melo

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espero voltar com mais frequência, pois sei da importância da informação para a prevenção, diagnóstico e controle dessa doença.