terça-feira, 23 de junho de 2009

inteligência médica

não que eu quisesse ter ficado fora por tanto tempo ou que eu tenha deixado de escrever essas linhas por falta de assunto. na verdade, o mês de maio e o início de junho foram bem conturbados. tiveram os preparativos do aniversário de sophia (que foi muito legal e ela amou) e ainda tivemos nossa 10ª mudança. além disso ainda ficamos sem conexão em casa e a velox não sabia informar o que seria... enfim, no último sábado, voltamos!

e fora essas coisas de ordem prática, tivemos, logo depois da mudança, uma internação de vinícius. e é justamente sobre esse epsódio que vou escrever hoje.

na verdade, analisando bem, depois de passada a agonia, apesar de tudo tem o lado positivo. Como está bem melhor controlada a glicemia dele, bastaram algumas horas de níveis mais altos que ele passou mal.

mais uma vez o catéter ficou obstruído. isso acontece, não é algo que eu não saiba que é possível. o problema é que como ele tb estava gripado, demoramos a perceber que esse era o motivo da glicemia tão alta.

porém, como sempre, o atendimento médico deixa muitíssimo a desejar.

na verdade é uma verdadeira vergonha! Revoltante para mim que sou mãe e, nessas horas, extremamente política. Pois a vontade é dizer um monte de verdades e simplesmente sair do hospital e voltar para casa.

por incrível que pareça, o "controle" dessa vez foi feito da seguinte forma:

. primeiro de tudo, a regra foi: não levar em consideração absolutamente nada que os pais tentasse explicar da rotina de vinícius com a terapia de bomba de infusão de insulina.
. daí, como já ignoraram tudo que podíamos explicar, a meta foi tirar bombinha dele e dar, via injeção com seringa, 2 unidades de insulina nele...

- mas "doutora", ele nunca toma tanta insulna de uma vez só...
- mas o procedimento é esse!

. a hora de medir a glicemia era um espetáculo a parte: eu tinha que ficar vigiando, pois elas queriam fazer o teste no bichinho furando com o material delas, nem queriam saber se fazia um hematoma no dedinho do bichinho. Eu tinha que me antecipar e usar minha canetinha, diga-se de passagem muito a contragosto da equipe médica e de enfermagem.
. quando o resultado das 2 unidades de insulina fez efeito e a glicemia baixou para 50 em menos de 2 horas, a solução brilhante foi: agora colocar soro com glicose!
. e lá vai mais uma campanha para impedir que fossem furá-lo na hora do hgt.
. bem, a matemática, até para mim, é muito fácil de enteder:

soro com glicose + algum tempo depois = glicemia elevada.

- a "doutora" mandou mais 2 unidades de insulina.
- mas eu já falei que é demais...
- mas a gente faz o que ela manda.

. e o sobe-desce continua durante toda a noite e madrugada.

até que...

quando houve a troca de plantão, aproveitei a lacuna só com as auxiliares de enfermagem e falei para elas (bem mais simpáticas diga-se de passagem) que quem sabia mesmo sobre o que era melhor para o bom controle da diabetes do filho eram os pais e que por isso estava religando a bombinha em vinícius.

pronto, tudo começou a melhorar. a glicemia se estabilizou, sem mais o sobe-desce que é péssimo para ele.

A médica muito sabida que estava na uti quando ele foi internado chegou novamente e me olhou com aquela cara de superioridade. Só que nem liguei para o fuzilamento dela. Quando ela percebeu que tudo estava voltando ao normal, por conta da bombinha, ainda teve a coragem de virar e dizer:

- "esse negócio de bomba eu nem sei e nem quero saber como é que funciona".

pois é, depois disso, em vez liberar vinícius da uti mas ainda deixá-lo em observação
em um apartamento, simplesmete mandou-o para casa.

Depois de tudo, claro que fui mesmo embora, ele já não estava mais em cetoacidose, não estava mais desitradando, a glicemia estava controlada. O problema é que, quando cheguei em casa, ele teve 40 graus de febre, eu mediquei e ele melhorou, mas e se não tivesse tido efeito?

Bem, é incrível que moremos em uma cidade que se diz o segundo maior pólo médico-hospitalar do país e tenhamos que ser atendidos dessa forma.

Situações como essa passamos sempre que precisamos levar vinícius a um hospital e nos deixa extremamente revoltados e, pricinpalmente, preocupados, mas estamos reféns...

um grande abraço, simone.

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